Pesquisa aponta que remunerações de atividades digitais são, em média, 94,4% maiores que as dos empregos tradicionais
Em um cenário de precarização do mercado e altos índices de informalidade, uma modalidade de trabalho parece caminhar no sentido oposto: os empregos no universo digital. Uma pesquisa realizada pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), revelou que as ocupações relacionadas às atividades digitais pagam salários, em média, 94,4% maiores.
O estudo levou em conta profissões em áreas como automação de processos, tecnologia da informação, análise de sistemas e programação. De acordo com o relatório, as ocupações relacionadas às atividades digitais cresceram num ritmo 4,9% maior do que os demais empregos, nos últimos cinco anos.
Apesar de a pandemia ter aproximado as empresas da tecnologia, as vagas no digital ainda correspondem a apenas 3% das ocupações no país. A baixa representatividade dessas vagas se deve, em parte, à falta de capacitação e de mão de obra qualificada para suprir a demanda que não para de crescer.
Ainda segundo o estudo, não são apenas os salários que são mais altos nos empregos digitais: a produtividade na área chega a ser três vezes maior do que nas demais. A empregabilidade, que gira em torno de 91%, e a liberdade geográfica, são outros fatores que têm tornado os empregos no digital cada vez mais atrativos.
Em declaração recente, o fundador e CEO d’O Novo Mercado, Ícaro de Carvalho, disse que o mercado digital ainda tem muito a ser explorado. “É muito engraçado porque as pessoas ainda acham que a internet é uma coisa à parte da sociedade, como se o mundo real e o mundo digital fossem realidades distintas. Pare pra pensar em quantas coisas você comprou online, principalmente desde a pandemia. O potencial da internet está longe de se esgotar, e a tendência é que continue crescendo por muitos e muitos anos”.