Lives nas redes sociais, home office, pedidos de refeição em casa… A chegada da pandemia em 2020 estimulou a adoção de novos comportamentos pelos brasileiros. No entanto, enquanto alguns deles perderam força com o fim do isolamento social, outros mostraram que vieram para ficar. É o caso do setor de delivery de alimentos, cuja penetração no Brasil passou de 80% em 2020 para 89% em 2022, segundo uma pesquisa realizada pela Kantar. Um outro estudo, feito pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB), aponta que a expectativa é que o segmento cresça em torno de 7,5% neste ano.
Uma das líderes do setor, a colombiana Rappi vem surfando essa onda e anunciou a aquisição da brasileira Box Delivery. A empresa, que é especializada em entregas rápidas e atende grandes redes de restaurantes e varejo, faturou R$ 200 milhões no ano passado.
O valor da negociação não foi revelado. Tijana Jankovic, CEO da Rappi no Brasil, explica que o acordo de compra foi protocolado no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e que, agora, as partes aguardam a aprovação pela autarquia, que leva, em média, 45 dias. “Até lá, nada muda. Após esse processo é que veremos as primeiras adaptações sendo realizadas. O Rappi irá se fortalecer com a fusão com a Box Delivery, que é uma empresa que compartilha dos nossos valores”.

Presente em 250 cidades de 18 estados brasileiros, a Box Delivery conta com 150 mil entregadores cadastrados. A Rappi não revela quantos motoboys possui no Brasil, mas em entrevista ao jornal Valor Econômico, o cofundador e diretor-presidente da Rappi, Sebastian Mejia disse que, com a aquisição, a empresa terá de 10% a 15% da base de entregadores no país. “O modelo de negócio das duas empresas é complementar e a operação será adaptada gradualmente, fortalecendo nossa missão de contribuir para o desenvolvimento de milhares de negócios e para o crescimento da economia por meio da tecnologia”, diz Jankovic.
Presente em 250 cidades de 18 estados brasileiros, a Box Delivery conta com 150 mil entregadores cadastrados. A Rappi não revela quantos motoboys possui no Brasil, mas em entrevista ao jornal Valor Econômico, o cofundador e diretor-presidente da Rappi, Sebastian Mejia disse que, com a aquisição, a empresa terá de 10% a 15% da base de entregadores no país. “O modelo de negócio das duas empresas é complementar e a operação será adaptada gradualmente, fortalecendo nossa missão de contribuir para o desenvolvimento de milhares de negócios e para o crescimento da economia por meio da tecnologia”, diz Jankovic.
Guerra com iFood e expectativas para 2023
A aquisição da Box Delivery pela Rappi foi anunciada cerca de dois meses depois de o Cade ter feito um acordo com o iFood, líder do segmento de delivery no país, para estabelecer regras em busca de equilíbrio no setor. Em 2020, a Rappi foi uma das primeiras empresas a questionarem junto ao órgão os contratos de exclusividade que o iFood possuía com alguns estabelecimentos comerciais.
Jankovic afirma que o Brasil é um mercado prioritário para a Rappi, dentre os nove países latino-americanos em que a empresa está presente. “É um mercado extremamente estratégico, uma vez que é o único dos nove países de atuação da startup que tem uma governança dedicada. A aquisição de uma empresa especializada em last mile só reforça a potencialidade da Rappi no país. Esse é um novo momento para o mercado e para nós, e estamos muito animados”, diz.
Essa é a terceira aquisição feita pela Rappi desde a sua fundação, em 2015. Em 2019, a empresa comprou a Payit, startup de pagamentos digitais, e em 2020 adquiriu a Avocado, que foi a base para o serviço “Turbo”, de entregas ultrarrápidas.
Assim como diversas empresas de tecnologia, a Rappi também passou por ajustes em seu quadro de colaboradores nos últimos anos, e hoje conta com cerca de quatro mil funcionários na América Latina. Para 2023, segundo Jankovic, as perspectivas são boas. “Ainda há muito espaço para inovação e crescimento no delivery brasileiro e estamos comprometidos com esse mercado, que é muito importante para nós. Inovamos no conceito de multiverticais, no lançamento de Turbo e até no programa Prime. Seguiremos inovando, agora com ainda mais força”, conclui.