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O que quatro anos de atraso representam em um lançamento tecnológico?

Especialista aponta dispositivo obsoleto e “tiro no pé” sobre HoloLens 2 da Microsoft, no Brasil

Já se passaram quatro anos, desde o anúncio da gigante Microsoft, sobre o lançamento global do HoloLens. Mas – em função da pandemia – o “óculos” de realidade mista só chegou no Brasil no mês passado.   

Em teoria, o dispositivo promete atender indústrias, escolas e hospitais, com altos níveis de eficiência. Na prática, o usuário cria uma interação realista entre objetos virtuais e espaços físicos, facilitando experiências de treinamentos em equipamentos, exploração de um ambiente e cirurgias remotas, por exemplo. 

Entre as melhorias da primeira versão, a empresa cita o acabamento em fibra de carbono que diminuiu o peso do equipamento, além da exibição de hologramas mais realistas. 

Um precinho bem longe da realidade 

E se você pensou que o atraso para a chegada em nosso país pudesse contribuir para um preço mais acessível, a Microsoft mostrou que estávamos enganados. A unidade mais “barata” – em valores convertidos – pode ser adquirida por R$ 40.499, na cotação atual. Já o HoloLens 2 Industrial Edition – versão pensada para ambientes altamente controlados – precisa de um investimento de quase R$ 60.000.

Inovação de primeira? Especialista diz que NÃO

Para o mestre em educação de ciências e matemática, desenvolvedor para novas tecnologias e gerente de projetos da Mobo Games, Victor Hugo Korting, a Microsoft está em uma tentativa “desesperada” de entrar em uma corrida que ela já perdeu. Isso porque o equipamento já pode ser considerado obsoleto, principalmente quando comparado às outras opções no mercado. 

“Eu penso que a Microsoft, neste momento, está querendo jogar uma pilha de lixo tecnológico no Brasil. E ganhar muito bem por isso. Esses óculos foram uma inovação tecnológica há quatro anos e, na área da realidade virtual e da realidade aumentada, as coisas se atualizam muito rápido. De um ano para o outro, já se torna obsoleto. Eu tenho óculos de 2020, em casa, que já estão obsoletos.”

O especialista ainda aponta que já existe no mercado um produto similar, que apesar de não ser encontrado em lojas físicas no Brasil, pode ser comprado pela internet, por menos da metade do preço. Korting diz que o concorrente oferece todas as funcionalidades e pode chegar a ser superior em algumas delas. 

Copia de Especialista 03

“O ‘óculos’ da vez, que supera o HoloLens, é o Meta Quest Pro. Você consegue comprar pelo site da Amazon, por cerca de R$ 13.000. Se você entrar na Amazon e fizer a compra na loja oficial da Meta, você recebe na sua casa, com todos os impostos pagos, legalizado, certinho, por este preço. Ele é um ‘óculos’ similar em tecnologia, acho que até superior para algumas aplicações.”

A palavra é imersão

Mesmo após anos de “convívio” com a tecnologia no Brasil, muitas pessoas não conhecem a experiência que a realidade virtual, a realidade aumentada e a realidade mista podem oferecer. A verdade é que, se pudéssemos resumir em uma palavra, o especialista diria IMERSÃO. E as consequências podem ser transformadoras em vários ambientes. Principalmente na educação e na saúde. 

“As experiências em realidade aumentada, em realidade virtual e realidade mista, são muito imersivas. É muito melhor do que uma leitura de um livro comum, ver um vídeo comum ou ouvir um áudio qualquer.  Então, se você coloca isso num ambiente educacional, você está falando de um estímulo de sentidos através de uma imersão muito superior do que qualquer material didático que você tem disponível. Além disso, você ainda tem a capacidade de emular determinados ambientes que nenhum livro, nenhuma história, nenhum filme conseguem emular com tanta profundidade e segurança. Você pode visitar o interior de um vulcão, por exemplo, sem sofrer nenhum dano físico, sem precisar viajar para outro país ou para outro continente.”

Victor Hugo Korting revela ainda um aspecto importante quando o assunto é segurança. Esta tecnologia permite a simulação de situações que, se feitas na vida real, sem o devido treinamento e preparo, podem oferecer inúmeros riscos. 

“Além de tudo o que foi citado, você ainda tem a simulação de coisas que poderiam colocar em risco a vida de pessoas, como uma cirurgia. A partir da VR, é possível simular até mesmo a estrutura do próprio paciente.  A partir de uma ressonância magnética computadorizada tridimensional, jogamos a imagem no programa de virtualização para que o médico possa visitar, nos mínimos detalhes, qualquer parte do corpo da pessoa que será operada.  Isso oferece uma precisão muito maior para o procedimento.”

5G: o novo marco 

E se olhar para o futuro combina com o tema da vez, estamos afoitos para entender quais são os próximos passos para a conexão homem X tecnologia. Afinal, em terra de olhares atentos para o desconhecido, previsibilidade é artigo de luxo. 

Sobre “o amanhã”, o especialista aposta, sem titubear, na Internet 5G, que ainda não é realidade em todos os estados do Brasil e está em fase de implementação.

A gente ainda não viveu essa revolução por completo(5G), a gente vai viver agora essa revolução. Já adianto o ‘por vir’ nos próximos seis, oito anos, que é justamente uma internet de supervelocidades entrando nos lares, assim como foi da internet discada para a ADSL. Eu pude viver isso na década de 90 e me lembro que foi uma mudança muito brusca em nossa perspectiva de sociedade. Depois, vimos o nascimento da internet modulada que é a alta velocidade que a gente tem hoje e, quando entrar o 5G, vai revolucionar mais uma vez. Você vai poder trocar gigas de informação em milésimo de segundo, sem precisar processar nada no dispositivo. Tudo vai ser processado na nuvem, por grandes servidores, em alta velocidade.”

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