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Máquinas, redes, dados e … saúde

Transformação digital promete movimentar trilhões até 2032 e especialistas da saúde apresentam suas perspectivas sobre o tema.

Pode parecer clichê, mas a máxima: “o mundo mudou”, tem feito cada vez mais sentido quando o assunto é digitalização. É como se estivéssemos caminhando para uma realidade onde tudo – ou quase tudo – será transformado em uma experiência que produz dados, imagens e conexões. 

Entre 2015 e 2021 o mercado de transformação digital apontou uma CAGR – Taxa anual de crescimento composto – de 23,3%, segundo projeções do relatório Market Research Report da empresa de análises de mercado Fact.MR

De 2022 a 2032, o crescimento médio anual deve chegar perto dos 15%. Isso representa um número 3,7 vezes maior do que os de hoje. 

A demanda por transformação digital, nos próximos 10 anos, pode ultrapassar a casa dos dois trilhões de dólares. E ela não envolve só investimentos relacionados à internet da forma como conhecemos. 

Além dos números, a pesquisa aponta algumas áreas como maiores impulsionadoras do mercado. Uma delas é a adoção robótica industrial para a otimização e crescimento dos resultados nestes campos. Segundo a Federação Internacional de Robótica (IFR), somente em 2017 – ano em que os dados foram colhidos para esta fase da análise – 2,1 milhões de robôs industriais e automotivos autônomos foram instalados no mundo

No que diz respeito à indústria 4.0, o desenvolvimento mais recente, segundo o relatório, facilitou a produção de robôs de eixo único, robôs colaborativos e alimentados por IA. Na prática, essa realidade simplifica processos, aumenta a eficiência e diminui erros nas máquinas.

Não só nas fábricas, mas também na saúde

Se esta digitalização tem força total nas indústrias, em outros cenários como a saúde, não poderia ser diferente. Para Dr Gustavo Peixoto, cirurgião do aparelho digestivo, referência em transplante de fígado e professor universitário, esse é um processo que pode salvar vidas. 

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 “A incorporação tecnológica na medicina está a mil por hora. E sim, isso vai salvar muitas vidas. Porque, por exemplo, ao fazer uma consulta via digital – uma teleconsulta – pode levar acesso à saúde, para muitas pessoas que estão em locais longínquos ou que não teriam acesso ao médico especialista na região deles. Além disso, o prontuário digital que a gente tem hoje é muito mais seguro. Ele evita perda de documentos e os documentos são todos recuperáveis facilmente.”

O especialista, que também é pioneiro na utilização da robótica para a realização de cirurgias bariátricas, aposta em um cenário promissor de desenvolvimento que ainda não tem definição do que pode alcançar nos próximos anos. 

“Quando o assunto é cirurgia robótica, a gente está numa fase de compilar desfechos. Então a gente opera e todos os movimentos que a gente faz vão para uma central e essa central vai fazer com que o robô aprenda a operar. E o desdobramento disso, no futuro, fará com que o robô consiga realizar alguns passos da cirurgia, com algum cirurgião monitorando, ao menos no início, pois o fim dessa história de evolução, a gente ainda não tem como saber. 

Bom para o paciente e bom para o negócio

Ainda no campo da saúde, Flávio Daroz, odontologista e especialista em implantodontia, nos conta como a digitalização precisa ser pensada em uma perspectiva mais ampla e pautada no resultado para o paciente e para a clínica. 

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“Quando eu discuto a digitalização dentro do mercado odontológico, eu nem discuto mais o que ele entrega em relação a tratamento. Que são as prototipagens, as moldagens digitais, os escaneamentos intraorais – que vão produzir desde dentes, próteses, até alinhadores ortodônticos – isso aí já é mais do que superado e existe uma visão dentro do tema. Quem é o consumidor disso? O dentista! O dentista que consome essa digitalização! E ele, obviamente, divulga isso para o seu paciente. Mas eu vou além!  Eu acho que a gente pode trazer o cliente para dentro dessa digitalização. Como? Há oito anos eu tive um insight com câmeras intraorais que me levou a construir o que a gente tem aqui hoje. Que é o nosso programa de prevenção, todo baseado num diagnóstico digital.”

Ainda para Daroz, por anos, a odontologia negligenciou um diagnóstico de qualidade. Isso reflete no resultado do atendimento e na precisão da análise que o paciente busca e precisa. Uma das soluções está nas câmeras intraorais. 

“Por anos, a odontologia negligenciou um diagnóstico de qualidade. Um diagnóstico na cadeira e não aquele diagnóstico de laboratório, de radiografias, tomografias. Mas aquele que eu posso entregar para meu paciente, imediatamente, na cadeira odontológica. A partir da digitalização, a gente construiu um protocolo de imagens, com imagens digitais, onde a gente entrega um diagnóstico de precisão. As câmeras intraorais, hoje, têm imagens absurdamente nítidas, aumentam sessenta vezes a cavidade oral, e eu consigo entregar para o meu paciente, aquilo que ele veio buscar. Informação de qualidade, com muito mais precisão. Com isso, eu consigo trazer o meu paciente e me relacionar melhor com ele, por meio desse diagnóstico.”

Outra diferenciação deste processo está na capacidade de relacionamento que a digitalização pode promover entre o profissional e o seu paciente ou cliente. Neste caso, o especialista mostra como desenvolver este trabalho em sua clínica. 

“Existem outras vantagens. Eu chamo isso de ‘a sua clínica ir pra dentro da casa do seu paciente’. Como? Você tem várias oportunidades. Você pode, por exemplo, criar materiais. A gente, aqui na clínica, trabalha muito com e-books de informação, e-books de cuidados, e-books de captação de pacientes. São materiais de relacionamento. Eles fazem com que a minha clínica saia daqui e vá lá para dentro da casa do nosso paciente. (…)O paciente veio aqui, para fazer uma consulta de prevenção, que faz parte do controle semestral que nosso método propõe. Aqui, ele passa por esse processo das imagens digitais, garantindo efetividade no nosso objetivo. Quando ele sai da consulta, eu tenho várias orientações. E como eu as passo? Por meio dos e-books. Além disso, eu falo para que ele compartilhe as informações com sua família e amigos, aumentando o alcance do nosso nome.”

Por fim, ele aponta para uma relação necessária e sem motivo para retrocessos. Profissionais, de todas as áreas, precisarão ficar atentos aos processos de evolução, na busca por aperfeiçoamento contínuo, com foco em uma entrega cada vez mais qualificada, capaz de gerar confiança. 

“Eu vejo, mais do que nunca, a digitalização fazendo parte do nosso dia a dia. E quem não está fazendo isso, vai ficar para trás. Quem não está se relacionando com o seu cliente dessa forma, não colherá os frutos, pois tudo gira em torno do relacionamento. A partir disso, você se relaciona melhor com o paciente e gera mais confiança em seu atendimento.”

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