Plataforma vai na contramão de tendências que apontam para crescimento das vendas de produtos físicos nas redes sociais
Depois de abolir a guia Compras no início de janeiro, o Instagram anunciou que não será mais possível marcar produtos em transmissões ao vivo. A partir do dia 16 de março, os usuários não vão mais encontrar as famosas tags que redirecionam o público para o Instagram Shopping.
Segundo o comunicado da própria plataforma, a mudança vai ajudar o Instagram a se “concentrar em produtos e recursos que agreguem maior valor aos usuários”. As lojas que já existem não serão retiradas do ar, mas a tendência é que acabem migrando para outras redes que têm investido mais nas vendas de produtos ao vivo, como é o caso do TikTok.
Para a especialista em e-commerce Sabrina Nunes, a mudança no Instagram não deve gerar grandes impactos, uma vez que poucos perfis utilizavam a ferramenta de marcação de produtos na plataforma. “O brasileiro, pequeno empreendedor, normalmente usa o live commerce como se fosse um show para mostrar o produto e fazer um CTA direcionando o público para a venda pelo site ou WhatsApp”, explica.
Com exceção da China, onde o live shopping já é considerado um verdadeiro fenômeno, as vendas de produtos nos aplicativos de mídia social ainda não ganharam a força esperada ao redor do mundo. Mesmo assim, o TikTok continua avançando com suas iniciativas de comércio in-stream, e lançou um novo processo de compra para os usuários dos Estados Unidos.
Varejistas selecionados ganharam acesso a uma nova guia de compras em seus perfis, que fornece uma visão geral da loja e permite que toda a transação seja realizada dentro do próprio aplicativo. O comércio in-stream é responsável pela maior parte da receita gerada pelo Douyin, a versão chinesa do TikTok, mas ainda há um longo caminho até que os usuários ocidentais se rendam à modalidade.
À frente da Francisca Joias, Nunes diz que a marca deve testar, em breve, a modalidade de live shopping no TikTok. Segundo ela, o processo de vendas por vídeo é antigo, mas está ganhando uma nova roupagem com a difusão de novas tecnologias. “As lives são o que há de melhor para vender produtos físicos, porque permitem uma comunicação atual e humanizada, voltada para a utilização do produto. Quando as pessoas conseguem se ver utilizando o produto, você automaticamente tem mais conversão. Faço muita live, e acho que essa é a melhor ferramenta para quem deseja escalar as vendas”, conclui.