Se você é dos que acreditam que o mercado de influência digital está em alta somente para as dicas de compra, moda e produtos, a área financeira vem para provar que o brasileiro quer fazer as pazes com o bolso. De acordo com dados da Anbima – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – o país tem 515 influenciadores produzindo conteúdos sobre finanças. O número representa um crescimento de 100% no segundo semestre de 2022, em comparação com o primeiro do mesmo ano.
Além disso, as métricas que avaliam o engajamento dos influenciadores, em várias redes sociais, também cresceram significativamente (10%). A média das interações nas postagens, medida por curtidas, comentários e compartilhamentos, chegou a quase 1,5 mil.
Os dados da pesquisa também mostram um crescimento de 76% no número de seguidores, nas páginas de influencers. No total, são mais de 166 milhões, podendo se repetir em mais de um canal. Já quando o tema é o número de postagens, o aumento foi de 47,3%, concentrando 46 mil conteúdos só no segundo semestre de 2022.
Todo este crescimento acontece mesmo com o cenário de juros altos, intensificando a tese de que a audiência busca cada vez mais informações que possam direcionar seus passos na vida financeira.
O levantamento aborda diferentes óticas desse crescimento e inclui o tema das postagens como indicador de preferência dos seguidores. Mas a análise pode não ser tão óbvia. Quando o assunto é o número de postagens feitas sobre renda fixa, por exemplo, a Anbima chegou à conclusão de que ele é bem menor do que o número de conteúdos mais arrojados, como a bolsa de valores, que registrou 44% do volume de publicações. Apesar disso, o engajamento para os posts mais conservadores é maior do que os de risco aumentado. As criptomoedas aparecem em segundo lugar, com 13,6% do volume de publicações, seguida pela política brasileira – impulsionada pelas eleições presidenciais – com 11,1%.
Redes Sociais, sempre no plural
Definitivamente, não estamos falando em uma única rede social. A pesquisa mostra que os influenciadores estão por toda parte. Apesar de uma queda em comparação aos resultados anteriores, o Twitter – que acumulava 66,2% do total, no 1º semestre de 2022 – continua concentrando o maior número de conteúdos com 52,3% do total, seguido pelo Instagram, com 18,1%, Facebook, com 16,9% e YouTube, com 12,6%. Em função do sigilo de dados do TikTok, a chinesa não entrou nesta etapa comparativa.
Destaque por crescimento de mais de 200% no YouTube
Em uma das fases da pesquisa, a Anbima mostra os influenciadores que mais se destacaram pelo crescimento em cada uma das redes sociais.
Neste ranking, o educador financeiro, empresário, investidor – com mais de 15 anos de experiência – e, é claro, influenciador de finanças, Daniel Carraretto, está em 1º lugar entre os que mais cresceram no YouTube (+227,5%).
Em 2018, Carratetto fundou o canal MEU DINHEIRO ATIVO®️, com o objetivo de ajudar pessoas a terem um “salário”, apenas com investimentos. Diariamente, ele ensina sobre educação financeira e investimentos para seus quase 1 milhão de seguidores, unindo todas as redes em que tem perfil (Instagram, TikTok e YouTube). Ele garante que a educação sobre o tema partiu de dentro de casa.
“Sempre fui fascinado por dinheiro, e desde muito novo recebi educação financeira de meu pai, que me dava o dinheiro do lanche da semana na escola e dizia, – se puder poupe. Aos 17 anos entrei na faculdade de Administração e minha mãe me levou para abrir uma conta universitária. Foi lá que tive o primeiro contato e fiz meu primeiro investimento. Na época, um CDB de 95% do CDI. Continuei estudando, lendo livros e evoluindo como investidor. E um certo dia numa roda de amigos, fiz alguns comentários sobre economia e o que eu já fazia de investimentos, e eles me perguntaram: – Por que você não fala disso nas redes sociais? Ninguém sabe de tudo isso que você sabe.”
O especialista atesta que não é um caminho fácil. Quem quer se destacar nesse mercado precisa estar antenado às novidades, além de reinventar a estética dos conteúdos de acordo com as necessidades e desejos da audiência. Afinal, nem sempre o que você imagina que dará certo, realmente vinga.
“Comecei fazendo postagens no meu perfil pessoal, mas sentia necessidade de produzir um conteúdo que tivesse maior alcance. Surgiu juntamente com um amigo a ideia do canal @MeuDinheiroAtivo, trazendo a abordagem de conteúdos em imagem de forma lúdica e didática que virou nossa marca registrada, e posteriormente com o surgimento dos reels tive que me reinventar a partir da produção de vídeos curtos, que também foram muito bem e se destacaram atraindo pessoas novas às nossas redes. Apenas em 2022 ganhamos mais de 500 mil seguidores somando o Instagram, TikTok, Kwai e Youtube; fomos destaque também em veículos tradicionais como IstoÉ, Estadão e Extra; e também batemos nosso recorde de faturamento, que envolve principalmente 3 linhas: publicidade, educação e aconselhamento individual.”
Daniel Carraretto mostra, a partir dos seus conteúdos, que criatividade e informação devem estar sempre alinhados. E os resultados mostram que o mercado para a área está aquecido. Ele atribui os números às falhas educacionais, nas escolas e nas famílias, que não oferecem ensino de qualidade sobre o tema.
“O mercado de educação financeira e investimentos está bastante aquecido, principalmente considerando a necessidade da população que não teve esse conhecimento compartilhado em casa, pelos pais e nem mesmo nas escolas, na educação básica convencional.”
Ele ainda cita que o público engajado está relacionado à credibilidade de levar temas de interesse compartilhado e demonstra que a meta é cada vez mais alta, oferecendo, ao público, o que ele tem de melhor.
“Hoje temos um público engajado, e isso se reflete também na credibilidade que temos para trazer temas de interesse geral e formar um exército de multiplicadores, que compartilham, diariamente, nossos conteúdos, nos ajudando no propósito de levar a educação financeira para mais e mais pessoas.”