Chefe da plataforma, Adam Mosseri, listou princípios que devem guiar o funcionamento da rede social este ano
2022 foi um ano de altos e baixos para o Instagram. Apesar de ter alcançado a marca histórica de dois bilhões de usuários, a rede social precisou enfrentar a concorrência cada vez mais acirrada do TikTok e, numa corrida desenfreada para tentar conter o público que migrava para o aplicativo chinês, acabou perdendo boa parte de sua identidade.
Entre alguns acertos e muitos erros, uma coisa ficou clara: o Instagram perdeu sua hegemonia e não é mais um aplicativo único, capaz de oferecer recursos exclusivos e emplacar tendências. Ainda assim, a plataforma segue sendo uma das maiores vitrines (se não a maior) para quem trabalha no digital.
Entender para onde a plataforma está indo pode fazer toda a diferença para quem deseja se manter relevante. Por isso, o chefe da rede, Asam Mosseri, fez uma publicação em que listou as três prioridades principais do Instagram para 2023. Veja quais são.
- Inspirar as pessoas a ser criativas
O Instagram foi a primeira grande plataforma a implementar diferentes filtros e possibilidades de sobreposições de imagens para personalizar postagens. Segundo Mosseri, esse é um dos pilares sobre os quais o Instagram se fundou, e podemos esperar ver novas ferramentas visuais de personalização e edição de imagens em 2023.
Alguns especialistas apostam que o aplicativo vai investir principalmente na criação de funcionalidades de realidade aumentada e em experiências 3D, atuando como uma porta de entrada dos usuários para o tão falado Metaverso.
- Ajudar as pessoas a descobrir o que amam
Esta talvez seja a maior oportunidade – e o maior risco – para o Instagram. É que para que os usuários descubram o que gostam na rede, eles precisam ser expostos a novos conteúdos, em vez de seguirem vendo apenas as últimas postagens dos perfis que escolheram seguir.
O Instagram já fez uma tentativa nesse sentido para se aproximar do TikTok, e foi alvo de muitas críticas. Um ajuste no algoritmo fez com que os usuários voltassem a ver conteúdos dos perfis que seguem, mas tudo indica que as postagens de páginas e pessoas “aleatórias” serão exibidas cada vez mais no feed principal.
Em julho, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que pouco mais de 15% do conteúdo nos feeds do Instagram estavam sendo entregues por meio de seu mecanismo de recomendação de IA, e que esperava que isso mais que dobrasse até o final de 2023.
- Criar conexões entre as pessoas
O último elemento citado por Mosseri tem relação com o uso do feed principal do Instagram para descoberta de conteúdo, com cada vez mais pessoas compartilhando ideias e discutindo postagens por stories e mensagens privadas.
A tendência de compartilhamento de conteúdos em grupos menores e privados, no lugar do feed principal, se explica em parte pela chamada “cultura do cancelamento”, que tem tornado as pessoas cada vez mais cautelosas com o que compartilham publicamente.
Uma das ferramentas mais recentes que o Instagram lançou para tentar estimular essas conversas privadas foram as chamadas “notas”, em que os usuários podem adicionar um prompt de conversa para que seus seguidores respondam. A ideia é que as notas ajudem a desencadear novas conversas e oportunidades de engajamento no aplicativo, o que, segundo Mosseri, pode ajudar o Instagram a se diferenciar dos concorrentes ao criar engajamento em torno do conteúdo.