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Quem não trabalha com pessoas?

A complexa missão de atuar para o ativo de maior sensibilidade de uma empresa: gente!

Na era digital, em que temos avanços tecnológicos incríveis e recursos de inteligência artificial mostrando a que vieram, quem escolhe estudar e se especializar em pessoas? Pois bem, bem-vindos à dualidade entre dois mundos que parecem opostos, mas que na verdade são complementares. 

Desde antes de me entender por gente, respondia prontamente sempre que me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse: psicóloga. A questão intrigante é que, na época, eu não conhecia psicólogos. Não tinha referências na família, nem algo que explicasse de onde vinha esse desejo. Na verdade, nem entendia a profissão, que sequer era das mais conhecidas ou bem vistas no início dos anos 2000. Mas, então, de onde veio essa ideia? Bom, há perguntas que não têm resposta, e mesmo quando as respostas existem, podem ser interpretadas de pontos de vista diferentes, então deixo a questão em aberto para vocês.

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O ponto é que, quando chegou o tão temido momento de escolher o que eu iria fazer “quando crescesse”, por meio de uma lista excludente de todas as profissões que conhecia e não me identificava, cheguei na Psicologia. E que acerto! Diria que, mesmo sendo bastante questionável, o método de escolha da profissão funcionou para mim.  Sou totalmente apaixonada pelo que estudei, estudo e lido todos os dias.

Já me perguntaram algumas vezes: “você é assim porque fez Psicologia, ou você fez Psicologia porque é assim?”. Prefiro deixar vocês imaginarem o “você é assim” da maneira que acharem melhor, mas eu recebo como um grande elogio. 

Outra curiosidade sobre a minha trajetória profissional é que, em paralelo ao desejo da minha formação, também sempre quis trabalhar em escritório, ter visão de negócios. Achava algo chique, que transmitia uma sensação de mulher empoderada, mas muita gente ainda hoje me pergunta: “você não trabalha na sua área?”. Com o tempo, fui entendendo que nem todo mundo compreende a conexão do estudo de pessoas com o mundo dos negócios. Se para mim a resposta é óbvia, para muitos sei que não é, e daí vem o meu carinho em dissertar sobre o assunto. 

“Recursos Humanos”, “Gente e Gestão”, “Gente e Cultura”, “Time de Gente”, ou como preferir chamar, é a área que tem o mesmo tamanho e complexidade das questões humanas, somada ao alinhamento estratégico dos objetivos de um negócio. Os objetivos e desafios do profissional de RH estão em construir o melhor ambiente para que pessoas desenvolvam suas atividades sem perder de vista os propósitos da organização de gerar resultados, inovar, criar, entre outros.

Como Analista de RH, faz parte da minha rotina compreender e questionar necessidades de novas contratações, realizar captação e seleção de profissionais, identificar necessidades de treinamento, reforçar aspectos da cultura e valores organizacionais, promover alinhamento de expectativas, planejamento estratégico, desenvolver programas de liderança, apoiar os fluxos de remuneração, desenvolver projetos de plano de carreira, realizar análises de mercado, garantir a realização dos pagamentos, gestão de benefícios, gestão do ponto, entre muitas outras atividades. Por isso, vou tomar a liberdade de parafrasear alguém por quem tenho grande admiração, meu líder aqui no O Novo Mercado, Marcelo Felizardo. Ele costuma dizer, principalmente para nós que atuamos de forma generalista, que “chutamos com as duas pernas”, afinal, ao mesmo tempo em que fazemos análises para embasar decisões de negócios que impactam no investimento de capital humano na empresa, também esclarecemos dúvidas dos colaboradores e damos apoio em diversas particularidades de gestão de pessoas, áreas, times e profissionais.

Ou seja, o trabalho com pessoas está diretamente ligado à atuação em processos no dia a dia de trabalho, e aqui temos mais um desafio: provar que, por trás das nossas decisões de gente, não estão embasamentos realizados pelo senso comum, juízo de valor ou análises sem parâmetros, mas que nossas decisões são construídas por técnica, conhecimento, análise das ferramentas e tantos outros subsídios. Então, podem acreditar: atuar com planilhas, indicadores e dashboards também faz parte da realidade de quem trabalha com Recursos Humanos.

Apesar de a maioria dos profissionais de RH querer fugir dos números – inclusive eu -, as ferramentas de exatas têm papel fundamental no embasamento de tomadas de decisão, uma vez que nos ajudam a fazer análises mais subjetivas e minuciosas. Isso quer dizer que a “Maitêzinha” que fugia das ciências exatas e não tinha grande familiaridade com a área tecnológica precisou enfrentar essas barreiras e entender como elas complementam o trabalho com pessoas. Assim como ferramentas que transmitem dados exatos, a tecnologia também veio para somar no cuidado com gente. Um exemplo claro do envolvimento entre as áreas é quando, durante um processo seletivo, conseguimos aliar nossas percepções sobre um candidato ao resultado de um teste comportamental fidedigno. Diversas pesquisas já mostraram, inclusive, que essa combinação aumenta a taxa de acerto na escolha de um profissional.

Então, vamos lá: em resumo, trabalhar na área de gente requer uma variedade enorme de habilidades, que vão desde o cuidado com um dos principais ativos de uma organização, que são as pessoas, até o uso estratégico da tecnologia para que ela contribua com o desenvolvimento da organização. 

Está aí a deliciosa missão  -e também a grande responsabilidade – de atuar na área: apoiar as decisões que impactam positivamente cada profissional, sabendo que por trás dele existe uma pessoa, uma família, sonhos e desejos; e também apoiar uma empresa, que por detrás tem objetivos, resultados e metas a serem alcançadas, entendendo que a evolução de um impacta diretamente no crescimento do outro. 

Ufa! Esse é só o começo do que tenho aprendido na minha carreira, por meio de tantas pessoas diferentes (e quem não é?) com quem tenho contato diariamente. Além dos desafios, quero deixar registrado aqui o privilégio que é trabalhar para e com pessoas, mesmo quando temos que lidar com pessoas difíceis, mas isso – em algum grau – todos nós somos, não é mesmo?

Independentemente da sua área de atuação, sei que você terá contato com gente, e cumprindo o meu propósito como profissional e de vida, deixo então uma das frases que mais gosto, de um teórico por quem tenho muita admiração, Carl Gustav Jung: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.

E se você chegou até aqui, obrigada pelo seu tempo, leitura e até outra hora!

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